O questionamento e a reflexão sobre os modos de apresentação e execução estão presentes no meu universo artístico. A conversa apresenta-se num lugar onde conferência e performance co-habitam. Nesta conversa-performance dá-se uma continua passagem entre a palavra e o gesto que ocorrem lado a lado e em simultâneo. Propus ao António Olaio falar sobre performance ao tempo que eu actuo em paralelo uma performance sua. Desta justaposição surge um terceiro lugar unicamente perceptível por quem assiste, o público. Entre estes dois movimentos há algo a (re)descobrir que acontece na organização de ideias, gestos e noções emitidas: as palavras ganham gestos, os gestos ganham palavras.

Do que falamos exactamente quando falamos da performance? Como discursar e experienciar o tema que se discute? Mais do que falar sobre o processo do projecto REACTING TO TIME, portugueses na performance, faz sentido agarrar o momento para potencializar outras formas de conversar sobre, acompanhado por uns dos primeiros agentes da performance em Portugal, o António Olaio.