Os Mal Sentidos

Andresa Soares, Matthieu Ehrlacher & Gonçalo Alegria

Estreia • Co-produção do Cumplicidades 2016 | Première • Cumplicidades 2016 Co-production

9, 10, 11 Mar 21.30h • 9.30pm | 80' | M/12 | Negócio ZDB

Os Mal Sentidos trabalha sobre vários níveis de tradução e de deslocação de sentidos da realidade para complexificar a leitura da actualidade numa tragicomédia do Presente. O que poderá ser hoje o processo de construção do mito? O mito é construído através da reprodução de narrativas que, pela sua repetição, se tornam colectivas. Hoje, associamos aos media essa construção embora saibamos que, ao aceder à informação, não a encaramos como narrativa mitológica, mas sim factual. O modo como é transmitida a informação reflecte o que “se acredita” ser a articulação do pensamento contemporâneo. As palavras que usamos (ou que caem no uso comum) revelam as nossas crenças, o mundo que temos para articular. Num jogo de espelhos, criam-se vários dispositivos que desdobram a realidade do espaço de apresentação (público, intérpretes, linguagem, tradução, criação de movimento) em “agora” e “representação do Presente”. Cria-se assim uma “confusão dramatúrgica”, reflexo do modo de percepção e tradução da actualidade. Aqui, duas pessoas estão sujeitas à linguagem, como uma arma.

Ela aproximou-se dele e quase sem conseguir olhá-lo nos olhos disse-lhe:
ELA: Tudo o que eu queria era uma SOLUÇÃO MÚTUA VIÁVEL.
Ele olha-a com complacência e mesmo com um ligeiro sorriso.
ELE: Mas querida, REGRAS SÃO REGRAS.
ELA: Eu sei. UM EM CINCO irá dizer o mesmo…
O ambiente na sala estava tenso, como se há muito não se abrisse uma porta ou uma janela. Sentiam-se a respirar o mesmo ar de há cinco anos atrás sendo que, por o respirarem, não era o mesmo ar de há cinco anos atrás.

Ficha Técnica:

Direcção artística e interpretação: Andresa Soares
Co-criação e interpretação: Matthieu Ehrlacher
Co-criação, composição sonora e desenho de luz: Gonçalo Alegria
Participação especial dos atletas: Caê Campos e Cheyenne Nunes (Ninja)
Treinador e apoio à coreografia: João Naré
Apoio técnico: Daniela Silvestre
Figurinos: Tânia Afonso
Fotografia: Joana Linda
Design gráfico: Helena Nogueira-Silva
Produção e comunicação: Marta Rema
Co-produção: Eira/Festival Cumplicidades
Gestão financeira: Sumo – Associação de Difusão Cultural
Residências artísticas: DevirCAPA, O Espaço do Tempo
Apoios: Academia Naré Fighters, Teatro Praga, CCB, Galeria ZDB
Apoio financeiro: Fundação GDA
Agradecimentos:  Lígia Soares, Maria Carita, Pedro Barreiro, Tiago Correia,  ACCCA – Companhia Clara Andermatt, O Rumo do Fumo, Teatro do Bairro
Projecto financiado pela Secretaria de Estado da Cultura, Governo de Portugal/Direcção Geral das Artes.

The Wrong Felt works on multiple levels of translation and displacement of reality meanings to intricate the reading of current events in a tragicomedy of the Present. What could be the myth construction process of today? Myth is constructed through the reproduction of narratives, which become collective by their repetition. Today, we associate that construction to the work of media, although we know that, while accessing the information we don’t perceive it as mythological narrative but factual. The way information is transmitted reflects what is believed to be the articulation of contemporary thought. The words we use (or that become current) reveal our beliefs and the world we articulate. In a game of mirrors are created multiple devices that deploy the reality of presentation space (audience, performers, language, translation, movement) into “now” and “Present representation”. This creates a dramaturgical confusion, reflecting the way we perceive and translate current events. Here, two people are subject to language as a weapon.

She approached him and, barely being able to look him in the eyes, told him:
SHE: All I wanted was a MUTUAL VIABLE SOLUTION.
He looks at her with compliance and even a slight smile.
HE: But dear, RULES ARE RULES.
SHE: I know. ONE IN FIVE shall say the same …
The atmosphere in the room was tense, as though long ago no door or window had been opened. They felt they were breading the same air from five years ago and that, because they were breading it, it was no longer the same air from five years ago.

Credits:

Artistic direction and performance: Andresa Soares
Cocreation and performance: Matthieu Ehrlacher
Cocreation, sound composition and light design: Gonçalo Alegria
Special participation of athletes: Caê Campos e Cheyenne Nunes (Ninja)
Coach and choreography support: João Naré
Technical support: Daniela Silvestre
Costumes: Tânia Afonso
Photography: Joana Linda
Graphic design: Helena Nogueira-Silva
Production and communication: Marta Rema
Financial management: Sumo – Associação de Difusão Cultural
Artistic residencies: DevirCAPA, O Espaço do Tempo
Support: Academia Naré Fighters, Teatro Praga, CCB, Galeria ZDB
Financial support: Fundação GDA
Acknowledgements: Lígia Soares, Maria Carita, Pedro Barreiro, Tiago Correia,  ACCCA – Companhia Clara Andermatt, O Rumo do Fumo, Teatro do Bairro
Project financed by Secretaria de Estado da Cultura, Governo de Portugal/Direcção Geral das Artes.

Onde • Where: Negócio ZDB

Rua de O Século, 9, porta 5
1200-116 Lisboa
Tel. (+351) 213 430 205
Email: zdb@zedosbois.org
Website: www.zedosbois.org